terça-feira, 29 de julho de 2014

Gaza

Quando Golias é judeu

A invasão ofende os Direitos Humanos diante da indiferença cúmplice das potências ocidentais
por Gianni Carta publicado 28/07/2014, na Carta CapitalShare1

Marco Longari/AFP
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Na luta desigual, de um lado morrem os civis, e muitas crianças, do outro sobretudo os soldados

Cidade de Gaza, quinta-feira 24. Ruas cobertas de cadáveres. Casas sem fachada, esburacadas ou destruídas. Mães, pais, crianças e idosos aos prantos e gritos. Alguns seguram nos braços crianças mortas, por vezes decapitadas. Tanques de guerra. O incessante barulho ensurdecedor das metralhadoras dos soldados do Tsahal, ou IDF, o exército israelense, ou de bombas lançadas de caças F-18. Ou pelos navios de guerra no Mediterrâneo. A toda essa tragédia se mescla o assobio de mísseis, vindo de todas as partes, inclusive dos teleguiados, a marcar presença no céu. “Eles atiram nas pessoas, nas vacas, em qualquer coisa que se mova”, grita uma septuagenária. Nos seus olhos, como nos de seus conterrâneos, estampam-se o medo, o desespero, o horror. Motivos não escasseiam.

Na quinta-feira 24, quando este artigo seria impresso, o número de baixas era de 700 palestinos, dos quais 150 crianças, e mais milhares de feridos. Segundo as autoridades israelenses, 32 soldados tinham perdido a vida, e mais três civis israelenses. Em Gaza falta água potável. As pessoas comem quando há comida, praticamente dia sim, dia não. Hospitais não têm condições de tratar todos os feridos. Ambulâncias, inclusive aquelas dos Médicins Sans Frontières, não circulam na probabilidade de ser atingidas. Ambas as fronteiras para escapar para o mundo, Erez, em Israel, e Rafah, no Egito, permanecem fechadas para os palestinos, mesmo para aqueles mais ameaçados. Apagões são frequentes, de resto como sempre. Porém, agora, mais amiúde.

Indago a Hussam, meu fixer em várias viagens a Gaza, aquele que traduz em perfeito inglês e me guia para evitar confrontos nessa minúscula Gaza em guerra, se posso falar com minhas ex-fontes do Hamas. Claro, as autoridades dos EUA e da União Europeia não tratam com “terroristas”, mas por que lidaram com o Exército Republicano Irlandês, entre outros? Gostaria de entrevistar novamente, como em 2013, digo a Hussam, Mahmoud al-Zahar, ex-ministro do Exterior e um dos fundadores do Hamas. Diga-se que Al-Zahar, de 69 anos, é o líder do Hamas, mas por questões de segurança contra ataques israelenses, ele faria parte apenas do conselho do Hamas. No entanto, esse médico, que já sofreu atentados e perdeu um filho quando um caça F-15 lançou uma bomba contra sua casa, está escondido em algum bunker, diz Hussam. O outro filho foi morto há anos em um confronto armado. Poucos meses atrás, aqui mesmo, indaguei a Al-Zahar se a única solução contra Israel é a luta armada. “Começamos a negociar em 1991, em Madri, mas nunca houve um processo de paz, e sim um apoio à ocupação israelense”, dizia então Al-Zahar. Fez uma pausa, e acrescentou: “A única solução é a luta armada”.

Com seu 1,8 milhão de habitantes espalhados por apenas 40 quilômetros de extensão e 10 de largura, a Faixa de Gaza, separada do mundo por um bloqueio imposto por Israel depois da vitória em escrutínio democrático da legenda islamita Hamas, em 2006, vive-se a enésima Nakba (catástrofe). Esse enredo de violência começa com a expulsão dos árabes palestinos quando Israel venceu sua luta de independência em 1948. Após a Guerra de Seis Dias, em 1967, mais alguns milhões de árabes palestinos foram expulsos pelo Oriente Médio.

A chamada Operação Margem Protetora, a atual, foi acionada pelo premier israelense Benjamin Netanyahu em 8 de julho com os ataques ditos “cirúrgicos” de caças F-18. Parecem tão cirúrgicos, que até o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, os questionou durante uma emissão da tevê estadunidense Fox News. Ao acreditar que os microfones estivessem desligados, comentou ironicamente: “Como são cirúrgicos os ataques dos israelenses”. Trata-se, porém, de um diplomata e logo corrigiu o “erro”.

Os motivos de Bibi, como é popularmente chamado Netanyahu, foram dois, ambos apoiados pela chamada “comunidade internacional”, isto é, por, entre outros, Barack Obama, Angela Merkel, François Hollande e Matteo Renzi. Primeiro, o sequestro e mortes de três adolescentes na Cisjordânia, a outra parte da Palestina sem contingência com Gaza, manobra das autoridades israelenses para dividir e conquistar o vizinho árabe. Segundo motivo: os inúmeros foguetes Qassam lançados pelo Hamas contra o território israelense. Mas a questão é mais complexa do que pensam, ou fingem pensar, os aliados de Netanyahu. Tudo indicaria que os adolescentes não foram assassinados com a autorização do Hamas. E os foguetes seriam lançados de Gaza por grupos radicais envolvidos na disputa do poder no território.

Magid Shihade, professor de Relações Internacionais da Universidade de Birzeit, na Cisjordânia, me diz: “Comunidade internacional, você concorda comigo, é um jargão inconcebível. Eles (Obama, Merkel, Hollande etc.) não alcunharão o que Netanyahu está a provocar em Gaza porque não pega bem para a dita comunidade internacional. Shihade emenda: “O sionismo é uma ideologia racista e colonial. Baseia-se na desapropriação, na deslocação e na separação das pessoas, na supremacia dos judeus sobre os árabes palestinos nativos”.

Em 17 de julho, uma incursão terrestre das Forças de Defesa Israelense elevou a dimensão da carnificina. O motivo da intervenção terrestre foram os incessantes foguetes oriundos de Gaza. Embora de forma proporcionalmente muito inferior àquela dos palestinos, o Tsahal sofreu com a incursão, em meados de julho, várias baixas, especialmente, parece, a do sargento Shaul Aaron. O Hamas diz que o capturou, mas Tel-Aviv sustenta que ele poder ter sido morto. Se, porém, foi capturado, algo que não estava ainda claro na quinta-feira da semana passada, o conflito poderia se ampliar. E da mesma forma como o bloqueio de Gaza teve início com a captura do soldado Gilad Shalit, a situação poderia piorar rapidamente. A prisão de um israelense pelos palestinos é algo passível de elevar brutalmente a tensão.

Para quem está em Gaza, a postura da diplomacia ocidental é de um cinismo abissal. Mesmo porque existe um evidente conluio entre o lobby judeu e a diplomacia internacional. Durante nove meses, o secretário de Estado Kerry cuidou de mostrar empenho a favor da paz, enquanto Israel continuava impunemente a colonizar a Cisjordânia. Kerry dizia ser possível para Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, ir adiante no plano de criação de um Estado palestino apesar dos assentamentos. Palavras ao vento em que tremulam as gravatas amarelas e laranja do secretário de Estado. Não é por acaso que ele não goza de credibilidade alguma nas terras em conflito, mesmo porque suas propostas carecem de qualquer substância. Gianni Vattimo, o filósofo italiano, disse que gostaria de “comprar mais foguetes para o Hamas”. Vattimo, que já entrevistei, disse: “Os europeus deveriam formar uma brigada internacional para lutar com o Hamas, assim como voluntários lutaram contra Franco durante a Guerra Civil Espanhola”.

O que faremos por esse povo?  Hussam, meu fixer, tem 45 anos. Nunca deixou Gaza. Aprendeu inglês, perfeito, na universidade. Vive em Camp Beach, na cidade. Tem mulher e seis filhos, durmo com estes em uma grande sala, todos vestidos. Hussam e a mulher recolhem-se em um quarto separado. Ele anuncia quando podemos tomar banho. À noite, coloca mesas de plástico no chão, visto que não há mobília, e deposita pratos de comida. No ano passado, havia certa fartura. Agora, é apenas pão sírio amanhecido e tabule.
Às 4 horas, a mesquita ao lado lança o apelo, “Alá, o maior”, e todos se levantam, colocam uma esteira no chão e rezam. Uma luz ilumina o nosso quarto. Sinto-me seguro, devo confessar. Depois durmo. E muito bem.  O Tsahal, contudo, atingiu um minarete da mesquita. Hussam lamenta. Indago: “Você faria parte do Hamas?” Responde: “Não, existem limites”.

Os Acordos de Oslo de 1993 estabeleceram que a Autoridade Palestina governaria Gaza e a Cisjordânia.  Não foi o que se deu. Em 2012, a Assembleia-Geral da ONU elevou a Palestina ao status de “Estado não integrante”. Vitorioso em 2006 em Gaza, o Hamas expulsou o Fatah em 2007. Sete anos mais tarde, Fatah e Hamas fizeram as pazes e se reuniram em abril de 2014. E eis o problema. Netanyahu não aceita a união. Dividir é o que se pretende. Divide et impera, diziam os imperadores romanos.

domingo, 27 de julho de 2014

Os sete tipos de reacionários (e como debater com eles)

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Se você já perdeu tempo tentando discutir política com reacionários, deve ter percebido que existem tipos diferentes desses indivíduos, cada um com um estilo particular de “argumentação”. Nesse artigo bem humorado tentaremos desvendar os sete tipos de reacionário, o que há de errado com eles e como devemos agir.
“Quem são os reaças? Onde vivem? De que se alimentam?” (Sérgio Chapelin, sobre reacionários)
Começaremos pelos mais inteligentes e depois seguiremos em direção aos de comunicação mais difícil.

Reacionários Educados

Esses são os mais raros. Eventualmente você esbarra em um em público ou num fórum on-line. Podem ser os mais difíceis de lidar. Eles aprenderam tudo o que há pra se aprender sobre suas posições (de uma perspectiva reacionária). Educaram-se sobre todas as razões que justificam seus posicionamentos como corretos, mas não estão interessados em nada que contradiga suas crenças.

O problema: Qualquer um com internet e cinco minutos livres consegue encontrar algo que descredite completamente sua versão dos “fatos”. Mesmo quando rebatidos, continuam a voltar aos argumentos iniciais, tentam mudar o assunto para algo onde se sintam mais confortáveis ou começam a expressar opiniões sem mérito factual.

Debatendo: Mantenha-os no assunto. Não deixe que ignorem seus contrapontos e mudem o assunto para você. São mestres nisso, mas se você conseguir mantê-los no assunto, começarão a expressar opiniões para as quais você poderá dizer “você tem fatos ou estatísticas que sustentem essa opinião?”.

Reacionários “Globais”

Estes estão entre os mais raivosos. Assistem aos jornais da Globo ou outras mídias de massa burguesas, leem a Veja e acreditam que isso os faz especialistas em política (do mesmo modo que acreditam que assistir ao jogo os faz técnicos e assistir à missa os faz santos). O único conhecimento político que apresentam é uma papagaiada sem base. Quando você os contrapõe, te chamam de “esquerdopata”, “comuna”, “socialista”, etc. Eles acham que todo revolucionário é um socialista que quer tirar seu dinheiro e entregar para pessoas que não merecem.

O problema: Eles não têm ideia do que estão falando. Geralmente estão repetindo coisas ditas pelo Arnaldo Jabor ou, com mais azar, pelo Olavo de Carvalho. Eles acreditam que movimentos anticapitalistas querem roubar sua liberdade (toda a liberdade que o dinheiro possa comprar), mas não compreendem o conceito de capitalismo, nem reconhecem como esses movimentos foram cruciais para que ele tivesse os direitos que têm hoje. Eles acham que o PT é comunista, e se você discorda dizem que você é um leitor da Carta Capital. Dizem que você é uma ovelha, mas esperam que você aceite cegamente tudo o que dizem, sem questionar.

Debatendo: Mantenha-se pedindo fatos e comprovações para as afirmações que fazem até que se desesperem e te chamem dos nomes já citados. Peça-os para enumerar quais os direitos que os movimentos anti-capitalistas já o roubaram (talvez eles digam que perderam o “direito de proibir a união homossexual” ou coisa do tipo, mantenha-se cobrando fatos). Eles tendem a ser violentos, então se estiver cara-a-cara, fique de olho em suas mãos.

Reacionários Cristãos

Estes reacionários são hipócritas. Eles fazem tudo em nome de Jesus, enquanto simultaneamente agem da maneira mais anticristã humanamente possível. Defendem armamento da população, são pró-militares, contrários à igualdade de direitos entre os sexos e à emancipação feminina e, principalmente, ignoram todos os trechos da bíblia que demonstram que Jesus era um personagem revolucionário (e libertário). As partes que mais esquecem são as de “amar o próximo como a si”, “não julgar” e a em que joga filhos contra pais e pais contra filhos. Porque o patriarcado não pode ser agredido, não é mesmo? Eles também acreditam que países em guerra estão assim por falta de Deus no coração, mesmo que quase a totalidade desses países seja de religião abraâmica e siga essencialmente o mesmo deus (com mais rigor!)… E eles odeiam os gays, claro.

O Problema: Eles fazem coisas horríveis em nome do Senhor. Eles acham que aqueles que discordam estão condenados ao inferno, porque são pessoas más. Eles acreditam que somos uma nação cristã, mesmo com uma influência inegável de cultos indígenas e afro-brasileiros em nossa cultura. E eles dizem defender a liberdade religiosa, mas condenam tudo o que não é cristão como “demoníaco”. Ah, eles também negam a evolução…

Debatendo: Insista na mensagem de “amor” cristão. Jesus os orientou a amar incondicionalmente e não julgar. Pergunte como eles acreditam que Cristo agiria no mundo de hoje frente à desigualdade social, e o que ele pensaria do dízimo que se paga às igrejas caça-níqueis. De qualquer forma, eles responderão com citações aleatórias e mostrarão que esse debate em específico é uma perda de tempo.

Reacionários “Contra a Corrupção”

Aqui estão os coleguinhas que vão aos protestos de branco, com a cara pintada de verde e amarelo, cantando o Hino Nacional ou a clássica do Geraldo Vandré. Eles querem um movimento bonito, higiênico, pacífico e, principalmente, passivo. Querem ir às ruas pra protestar por seus direitos, mas não conhecem seus direitos e menos ainda seus deveres. Acham que a polícia tem que sentar a borracha nos “vândalos” do Black Bloc, que eles nem sabem o que é. Dizem que a culpa do tráfico é do usuário, gostam de filmes como Tropa de Elite (alguns até citam Capitão Nascimento). O mais importante: defendem o fim da corrupção. Que corrupção? Não sabem. Mas quando dá preguiça de “vem pra rua”, eles ficam de “luto”.

O Problema: Esses indivíduos defendem pautas vazias. Aliás, eles querem enfiar essas pautas em qualquer lugar onde estejam, dizendo que as pessoas precisam ter foco (nas pautas vazias). São a pior praga dentro da Anonymous. Reproduzem-se como coelhos. Vão tentar levar qualquer debate para o eixo PT/PSDB, vão criminalizar movimentos sociais populares, mas vão defender reforma tributária (ignorando a transferência do poder do estado para o setor privado) e a reforma política (mesmo sem especificar o que é isso, significando, na prática, nada).

Debatendo: Peça que ele defina os conceitos que apresenta. Pergunte a que corrupção se refere, que reforma pretende. A melhor arma contra estes é a história. Tudo aquilo que eles almejam, na prática, até hoje foi conquistado com as práticas que eles condenam. Quando ironizarem o assistencialismo, traga estudos acadêmicos sobre seus resultados e deixe claro que esse é um pilar do capitalismo, para que ele mesmo não desabe em crise. Quando ele disser que o usuário financia o tráfico, pergunte se ele concorda que quem usa gasolina não é igualmente culpado pela guerra por petróleo no Oriente Médio.

Reacionários Xenófobos

Nessa categoria, incluem-se os que pensam que São Paulo é a locomotiva do Brasil, que defendem que o Sul se separe para formar um país de melhor IDH, que chamam tudo o que vive nas regiões Norte e Nordeste de “baiano” e os culpam pela crise urbana no Sudeste e, claro, as patricinhas e os mauricinhos que vão a aeroportos vaiar médicos cubanos. Esse tipo é complicado, porque é do tipo que tem medo de perder o pouquinho que tem pra “esses pobres”.

O Problema: Eles vão defender a superioridade de suas categorias. São meritocratas quando lhes convém, acham que um diploma te faz uma pessoa mais íntegra, mas colam em provas e compram carteiras de motorista. Eles acreditam que o êxodo rural encheu a cidade de gente “vagabunda”, mas dependem do serviço desses “vagabundos” até pra fazer um almoço. Quando você os contrariar, vão tentar te associar ao crime organizado ou ao terrorismo. E também vão dizer que “se usa chinelo não é índio”.

Debatendo: Desse grau pra baixo vai ficar difícil debater, já avisamos. Felizmente, as estatísticas atuam contra esses reacionários, assim como a política internacional, mas essas são esferas que eles não compreendem. E como eles também nunca “sentiram na pele” os problemas sociais, você vai ter que usar metáforas. Só não faça ironias com “Playstation” e “iPhone”, porque isso os deixa fora de controle.

Reacionários Racistas e Sexistas

Esses vêm quase por último por uma razão. Sabemos que racismo e sexismo não são exclusividade de reacionários. Sofremos muito com isso mesmo dentro dos grupos que se afirmam revolucionários. Mas essa junção funesta gera um dos piores tipos: o fascistóide. Eles não odeiam a Dilma pelas contradições de seu governo, mas essencialmente porque ela é mulher. Eles acreditam que liberdade de expressão é poder praticar ódio e discriminação sem sofrer consequências. Eles acreditam numa diferença “natural” fantasiosa entre homens e mulheres, entre brancos e negros, e entre heterossexuais e homossexuais que está muito distante da realidade científica. E por conta disso eles são máquinas de agressão e opressão, ainda que alguns de modo inconsciente.

O Problema: Eles são preconceituosos e discriminadores, mas quando você apontar isso, alegarão perseguição. Eles vão dizer que o dia da consciência negra e as cotas nas universidades é que são racistas, porque desprezam a história e a cultura do país, se pautando num silogismo pobre. Eles não sabem diferenciar a violência do opressor e a resistência do oprimido. Acima de tudo, eles não conseguem compreender porque as pessoas os chamam de machistas, racistas ou homofóbicos quando eles abriram um discurso com “eu tenho vários amigos gays, mas…” ou “eu respeito muito minha mulher e minhas filhas, mas…”. Pra finalizar, eles não entendem que democracia é o governo do povo. Todo o povo, e não só a maioria do povo.

Debatendo: Não se debate com fascistóides. Se os expurga. Você teria mais trabalho tentando convencer algum desses xucros sem educação do que são direitos humanos do que se tentasse convencer uma macieira a dar laranjas.

Reacionários Mal Educados

Esses reacionários são reacionários porque eles acham descolado. Eles têm amigos economistas, ou assistiram a uma meia dúzia de vídeos do Olavinho ou do Dâniel Fraga, então eles pensam que sabem do que estão falando. Eles têm uma gramática horrível, ignoram pontuações e têm uma tendência a escrever tudo em caixa alta (caps lock) e com vários pontos de exclamação, ASSIM!!! ACORDA BRASIL!!! ESSE É O PAÍS QUE VAI SEDIAR A COPA!!!???!!!. Irritante, não? Eles também esperam que você acredite em tudo o que eles dizem, só porque estão dizendo. E também citam vídeos de opinião quando você pede fontes que comprovem o que eles dizem.

O Problema: É difícil categorizar problemas num debate de ogros que não sabem se comunicar. Eles mal compreendem qual é seu posicionamento político, só repetem o que ouviram de um amigo ou viram num vídeo. Eventualmente, publicarão essas correntes mentirosas, com casos de um “famoso professor” que nunca existiu, ou do “grande economista” que nunca disse aquilo. Eles são 100% cegos aos fatos e só dão atenção ao que reforça suas crenças irracionais.

Debatendo: Não há lógica ou fatos que os vá convencer de nada. Você pode ser doutor na área, eles vão inventar uma desculpa do tipo “seu professor de história mentiu pra você” ou “esquerda e direita é coisa do passado”. No lugar de discutir com eles, tente explicar álgebra ao seu animal de estimação. Há mais chances de sucesso.
Esperamos que esse informativo lhes seja útil, ou ao menos que tenha servido como um desabafo coletivo. Lembrem-se disso antes de entrar em debates incansáveis nas redes sociais, pois nem sempre vale a pena. E saiba que esses grupos de reacionários reproduzem entre si e evoluem, como pokémons, então você poderá encontrar híbridos ou formas muito extremas de qualquer um deles.

Este artigo da @AnonymousFUEL foi inspirado no artigo “The 7 Types Of Republicans and How To Debate With Them”, de Matthew Desmond, na AddictingInfo.