Pra pegar mulher , só se for de esquerda
Em síntese, essa a posição do filósofo conservador Luis Pondé, em sua coluna
na Folha de S.Paulo, defendendo a "direita festiva". De acordo com o articulista P. Rovai, em texto abaixo no Portal Forum, Pondé pretende ser uma cópia "pobre" de Paulo Francis, tendo como alvo a esquerda. E chegou agora à misoginia. A Folha está correndo atrás da Veja em "credibilidade" e qualidade. Vai se dar mal.
"Em sua coluna da Folha de S. Paulo desta segunda, Luiz Felipe Pondé
sai em defesa de uma “direita festiva”. Para que? Conquistar corações
femininos. Diz ele que o “maior desafio dos jovens que não são de
esquerda” é a “falta de mulheres jovens, estudantes, que simpatizem com a
posição liberal (como se fala no Brasil) ou de direita (quase um
xingamento)”.
“As meninas detestam economia, essa ‘ciência triste’, porque
atrapalha a alegria da vida”, decreta o colunista, sem atentar para o
fato que o Brasil tem uma presidenta exatamente formada em economia.
Pois então a mulher só se interessa pela política se ela for
“festiva”? Isso lhe parece misógino? É isso mesmo. Ele acha que mulher
não está disposta a debater à sério. E chega a obtusidade de dizer que
“quando liberais se reúnem há uma forte escassez de mulheres, o que é
sempre um drama”.
Ele, infelizmente, não está sozinho. Uma pesquisa feita pela
Universidade de Vanderbilt, dos EUA, no ano passado, apontou que, no
Brasil, 28% da população ainda acredita que os homens são melhores
líderes políticos do que as mulheres.
Os dados refletem o Congresso Nacional, onde elas ocupam menos de 9%
das cadeiras, mesmo que o eleitorado feminino seja maioria. Além disso, o
Brasil ocupa o 156º lugar em um ranking de 188 países relativo à
representatividade da mulher no Poder Legislativo. Não à toa está em
curso uma campanha do Tribunal Superior Eleitoral que procura diminuir
essa defasagem nas eleições deste ano.
O mais lamentável de toda essa história é que um sujeito com essa
qualidade de elaboração continue assinando uma coluna no jornal diário
de maior circulação do país. E ainda encante uns e outros que babam ao
falar de política. Para eles, vale qualquer coisa e de qualquer jeito.
Pode ser um discurso racista, sexista ou misógino. Desde que seja contra
aqueles que se dizem de esquerda. Ou que defendam valores humanos e
sociais. Triste fim de um pensamento e de um tipo de colunismo que já
teve a representá-lo gente como Paulo Francis e Roberto Campos. Agora,
esse povo se contenta com a filosofia pondestiana"
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