segunda-feira, 5 de maio de 2014

O país do maniqueísmo: direitos humanos versus repressão

Direitos Humanos não é uma bandeira da esquerda, assim como aumentar a repressão aos movimentos sociais e manifestantes não é privilégio da direita. Basta olhar o mundo e a gente vê nas chamadas civilizações históricas que a legislação penal é muitas vezes mais rigorosa que no Brasil e a ressocialização dos presos é maior em países de cunho conservador. No Brasil, temos poucas prisões de marginais sociais. Optamos pela execução.

É tosco ideologizar o debate sobre o combate à violência. Defender respeito aos direitos humanos não é privilégio da esquerda, nem aumentar a repressão é característica da direita.
Na esquerdista China vigora a pena de morte e a família do criminoso ainda é obrigada a pagar pela bala gasta no executado. A conservadora Suécia é a campeã de ressocialização dos presos e seu exemplo é seguido por Noruega e Canadá.
EUA e França seguem a linha da maior repressão. França reduziu a maioridade penal, que já atinge crianças de 12 anos, sem reduzir a violência. Nos EUA existem mais de 7 milhões de pessoas na cadeia, 80% deles negros.
No Brasil, onde a segurança pública é responsabilidade de governos estaduais de diversas vertentes ideológicas também é a repressão que é reforçada. Nossa polícia é uma das que mais mata no mundo, temos 500 mil presos, número que cresceu 400% nos últimos 20 anos e 30% só nos últimos cinco anos. Existem ainda 60 mil menores presos em instituições, que são idênticas a cadeias.
Nossas cadeias são campeãs em reincidência: 70% dos presos libertos voltam a cometer crimes, tornando as prisões verdadeiras universidades da violência e ironicamente gerando a contradição de que quanto mais se prende mais criminosos existem.
É hora de reduzir o impacto das ideologias nesse debate e aumentar a inteligência. O país precisa debater a questão de forma desapaixonada em busca de soluções.
Fonte: Política no Face

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